
O estabelecimento do culto híbrido ao deus Serápis na Alexandria Ptolomaica: conjuntura, motivações e debates.
2020; UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; Issue: 18 Linguagem: Português
10.24858/380
ISSN2237-6585
Autores Tópico(s)Ancient Egypt and Archaeology
ResumoA conquista de territorios do Mediterrâneo Oriental pela Macedonia e a fundacao de Alexandria no litoral egipcio no sec. IV a.C., bem como a posterior transformacao do Egito em provincia romana tres seculos depois intensificaram as mais diversas formas de intercâmbios culturais na regiao do Nilo. Um exemplo notavel do fortalecimento desse processo de integracao se refere a popularizacao de tradicoes religiosas egipcias antigas e suas ressignificacoes e dispersao por todo o mundo helenistico-romano. O culto ao deus hibrido greco-egipcio Serapis ao lado da deusa egipcia Isis (antiga consorte de Osiris) e sua crescente difusao pelo ecumero e uma chave importante para analisar fenomenos de sincretismos num contexto em que aspectos antes vistos como “nativos” e etnicos ganharam um estatuto global e cosmopolita. Serapis e normalmente explicado na historiografia como uma “invencao”, que visava fundir tradicoes gregas e egipcias num mesmo culto. Contudo, ha diversas nuances da atmosfera politico-religiosa no surgimento desse culto que enfraquecem a ideia de invencao e podem ter ajudado a impulsionar a nova crenca. A deidade acabou se revelando conveniente para a legitimacao da nova monarquia macedonica em territorio nilotico, que nao pretendia apagar as antigas tradicoes faraonicas. Nesse sentido, a intencao desse artigo e discutir o ambiente e as provaveis motivacoes de Ptolomeu I Soter para alavancar uma religiao hibrida e inovadora em Alexandria.
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