Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Apresentação do Dossiê

2020; UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO; Volume: 34; Issue: 3 Linguagem: Português

10.15603/2176-1078/er.v34n3p5-8

ISSN

2176-1078

Autores

Alex Villas Boas, José Rui Teixeira, Marcio Cappelli Aló Lopes, Marcos Venícios de Oliveira Lopes,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Recentemente, por ocasião da morte de Eduardo Lourenço, Carlos Reis lembrou de uma passagem do diário desse importante intérprete da cultura portuguesa: “Gostaria de viver num convento onde o superior fosse Álvaro de Campos. Em lugar de nos perdermos na contemplação de Deus, adoraríamos noite e dia a sua Ausência”. Não obstante o longo processo de emancipação da arte em relação à religião, aqui, a passagem em que Lourenço alude ao heterônimo pessoano, além de ser uma pequena homenagem a este crítico de vocação humanista, mostra que, no mínimo, mesmo de maneira fraturada, a ideia de uma transcendência – ou do vácuo deixado por ela – não está de todo liquidada para a compreensão de certas expressões literárias. Até em alguns escritores em que a perda de uma inteligibilidade metafísica do mundo parece ser determinante, é possível perceber o confronto com uma alteridade ou com o seu rastro.

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