Crítica à interpretação eclesiocêntrica da história de Canudos
1998; Volume: 58; Issue: 229 Linguagem: Português
10.29386/reb.v58i229.2404
ISSN2595-5977
Autores Tópico(s)History of Colonial Brazil
ResumoO artigo critica uma recente e recorrente interpretação da história de Canudos, segundo a qual a experiência sertaneja teria sido um prenúncio da "igreja dos pobres”, ou ainda das “comunidades de base”. Tal interpretação é ideológica, não se baseia na experiência vivida pelos sertanejos do final do século XIX, é permeada de um eclesiocentrismo exacerbado e não faz justiça à boa maneira de se praticar a história, pois é de um anacronismo flagrante. Efetivamente, imaginar-se a Igreja (seja ela católica ou protestante, ortodoxa ou nestoriana) como única expressão histórica do cristianismo ou pelo menos como expressão mais verídica e mais fiel aos intentos de Jesus revela um eclesiocentrismo desmentido por séculos de história, mas endêmico nos dias que correm, como se tudo fosse “eclesial”.
Referência(s)