
RELIGIÃO TRADICIONAL AFRICANA/TRADITIONAL AFRICAN RELIGION
2021; Brazilian Journal of Development; Volume: 7; Issue: 1 Linguagem: Português
10.34117/bjdv7n1-730
ISSN2525-8761
Autores Tópico(s)Religion, Society, and Development
ResumoA palavra “religiao” e tardia para o discurso academico sobre o assunto, e ainda e notavel na maioria das descricoes populares da cultura africana. Como o poeta e estudioso queniano Okot p´Bitek (1970) enfatizou: “os conceitos de fetichismo ou animismo ... nao eram religioes africanas.....”. Foi somente no final do periodo colonial da decada de 1950 que os estudiosos comecaram a usar os termos religiao e filosofia para caracterizar as religioes africanas de maneira positiva. Os antropologos Edward E. Evans-Evans-Pritchard (1956), Marcel Griaule; Germaine Dieterlen (1965) e Victor Turner (1968) e o teologo missionario Placide Tempels (1965) foram pioneiros dessa mudanca. Eles foram os primeiros a enfatizar a racionalidade e a integridade teologica do sistema religioso africano, e empregaram ideias filosoficas ocidentais e conceitos teologicos para interpreta-los. Eles tambem argumentaram que o estudo das religioes africanas era de grande valor para uma compreensao do resto das religioes do mundo. Os teologos africanos mais influentes do periodo pos-colonial imediato foram John Mbiti (1969) e Bolaji Idowu (1973). Nas decadas de 1970 e 1980, seus livros moldaram o discurso teologico sobre as religioes africanas entre os cristaos na Africa e no Ocidente. Como africanos educados por missionarios, Mbiti (1970) e Idowu (1982) se propuseram a refutar as afirmacoes missionarias sobre a inferioridade das religioes africanas. Como cristaos africanos, eles viam as religioes tradicionais como o fundamento adequado sobre o qual o cristianismo na Africa foi construido. Sua reivindicacao central, que foi captada e ecoou pelas universidades e seminarios da Africa recem-independente, foi que os africanos tinham conhecido Deus antes dos missionarios chegarem. A religiao tradicional Africana nao e um credo especializado separado da vida cotidiana, mas um conjunto difuso de ideias e praticas “sagradas” e morais que permeiam toda a vida nos niveis pessoal e social. Neste contexto e dinâmica que vamos desenvolver o nosso trabalho
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