Saúde baseada em valor: estamos preparados?
2021; Issue: 11 Linguagem: Português
10.52908/coorte.v0i11.160
ISSN2358-3622
Autores Tópico(s)Public Health in Brazil
ResumoAos que ja ouviram falar sobre o tema “Saude Baseada em Valor” hao de recordar que, ha alguns anos atras, esse conceito remetia diretamente a tao somente a eficiencia clinica. Ledo engano. E por que falarmos dessa questao agora? Porque o sistema de saude, para alem das questoes que outrora eram discutidas antes da pandemia pelo novo Coronavirus, ja nao suporta a inconstância na avaliacao de qualidade dos prestadores de servicos. Fato e que, nesse mercado extremamente acirrado, como nos comparamos enquanto servico? Iniciativas como o Programa Qualiss da Agencia Nacional de Saude Suplementar (ANS), Consorcio Brasileiro de Indicadores, capitaneado pelo Hospital Moinhos de Vento e ANS, anuarios das Sociedades de classes, como Colegio Brasileiro de Cirurgioes, dentre outros, dao uma dimensao de resultados assistenciais em realidades distintas para um pais, semelhante a um continente, mas para falarmos em valor, e importante revista-lo na essencia. Prof. Michael Porter, estrategista por excelencia, discorre em seu livro “Redefinindo Cuidado em Saude” sobre a equacao de valor como resultados/ custos em saude. Ele iniciara essa provacao em 2006 e anos mais tarde, fomenta a criacao do ICHOM (Consorcio Internacional para Medicao de Resultados de Saude) padronizando a metodologia para afericao dos desfechos assistenciais. O verdadeiro xis da questao a partir desse marco e a participacao ativa do usuario, leia-se paciente, nesse contexto, mas cabe aqui aclarar algumas diferencas entre a experiencia e a navegacao clinica. Quando perguntamos “O Senhor esta satisfeito com nosso atendimento? Teve suas duvidas respondidas a contento? ” dentre outras, buscamos em verdade, avaliar o grau de satisfacao com a prestacao de servicos, dado o tempo de permanencia no hospital, ao passo que avaliacao de desfecho clinico e observado num seguimento de anos, a depender da condicao clinica. Para aproxima-lo de um caso real, cito a transformacao da Klinik (Alemanha) que monitorou alguns desfechos relacionados ao Câncer de Prostata e concluiu que, no primeiro ano, menos de 6,5% dos pacientes sofriam de incontinencia urinaria (IU), enquanto dados no pais, traziam que 43,3% dos pacientes atendidos em outros servicos, sofriam de IU (Porter, Michael E., Jens Deerberg-Wittram, and Clifford Marks. Martini Klinik: Prostate Cancer Care. Harvard Business School Case 714-471, March 2014 - Revised June 2014.). De posse desses resultados assistenciais, eles partiram para etapa de revisao de custos utilizando o TDBAC (Custeio baseado em Atividade e Tempo). Nao pretendo dissecar esse topico, mas tao somente, cita-lo como trilha para a construcao dos novos modelos de pagamento. Compartilhamento de risco, bundles de pagamento por linha de cuidado sao alternativas que veem nesse futuro breve, incluso existem operadoras de saude no pais, que iniciaram esse trabalho ha alguns anos e devem despontar com essas informacoes logo mais. Em recente artigo, Prof. Thomas H.Lee e Toby Cosgrove,, “Seis testes para medicos e seus lideres para a decada a frente”, provocam os medicos a compreender e abracar a natureza da lideranca e seus lideres a absorver as licoes aprendidas de outros setores que passaram por grandes mudancas nas ultimas decadas (https://catalyst.nejm.org/doi/full/10.1056/CAT.19.1045) Dito isto, temos a oportunidade de construir uma rede de atencao que monitore esses resultados e nesse mundo tao acelerado pos pandemia, com fortes revisoes dos modelos assistenciais e a sua vez, de remuneracao, so sobreviverao os adeptos a mudanca e ela tem o seu valor! Msc. Darcia Lima e Silva. Contato: darcia.silva@gruposanta.com.br *DOI: 10.52908/coorte.v0i11.160
Referência(s)