
Crenças e atitudes linguísticas na variação da vogal média posterior /o/ > [u] em posição tônica no português falado em Cametá-PA
2021; UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ; Volume: 10; Issue: 1 Linguagem: Português
10.18468/letras.2020v10n1.p37-49
ISSN2238-8060
AutoresAndreza Prazeres Gaia, Mariane Daysa de Castro Gomes, Raquel Maria da Silva Costa Furtado,
Tópico(s)Linguistic Studies and Language Acquisition
Resumo<p class="Tccfolhanatureza">estudos sociolinguísticos de caráter quanti-qualitativo têm evidenciado forte tendência de apagamento do alteamento da vogal média posterior /o/, marca de identidade dos cametaenses, em posição tônica (COSTA 2004; RODRIGUES 2005; GAIA, GOMES e FURTADO, 2019); e o fator escolaridade é apontado em tais estudos como condicionante da manutenção de /o/ tônico, o que aparentemente indica existência de estigma associado ao uso de [buka], [kuku], [vuvu]. Portanto, a fim de verificar se o comportamento linguístico dos cametaenses de manutenção da tônica é decorrente do estigma que recai sobre o alteamento de /o/ > [u] tônico, consequentemente das crenças e atitudes acerca desse fenômeno objetivou-se realizar um estudo para analisar por meio de testes de atitudes e avaliação, se o fenômeno de alteamento da vogal posterior em posição tônica é rotulado de forma positiva ou negativa na comunidade cametaense, e se essa rotulação encontra-se no nível da consciência de seus falantes. Para isso, tomou como base de análise teórica, os pressupostos teórico-metodológicos da Teoria da Variação Linguística/ Sociolinguística Quantitativa, e os estudos sobre <em>crenças e atitudes linguísticas</em>, advindos principalmente da Psicologia Social baseada em Lambert e Lambert (1996). O <em>corpus </em>para análise foi oriundo de <strong>24</strong> (vinte e quatro) sujeitos participantes na faixa etária de 15 a 29 anos e 30 a 45 anos, estratificados por sexo/gênero (masculino <strong>12</strong> e feminino<strong> 12</strong>); nível de escolaridade (<strong>08</strong> com nível fundamental, <strong>08</strong> com nível médio e <strong>08</strong> com nível superior) e procedências (<strong>12</strong> cametaenses <strong>12 </strong>não cametaenses). Os resultados obtidos por meio da amostra esboçam atitudes negativas dos informantes diante do fenômeno investigado, freando dessa forma o uso da vogal média posterior de forma alteada na posição tônica. Portanto, por meio dos resultados constatou-se à identidade e o preconceito linguístico do falante diante da língua falada de sua região.</p>
Referência(s)