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AVALIAÇÃO DO USO DE TOXINA BOTULINICA A EM PACIENTES PORTADORES DE MICROCEFÁLIA SECUNDARIA A SÍNDROME DO VÍRUS ZIKA CONGENITO / EVALUATION OF THE USE OF BOTULINIC TOXIN IN PATIENTS WITH MICROCEPHALY SECONDING THE CONGENITAL ZIKA VIRUS SYNDROME

2021; Brazilian Journal of Development; Volume: 7; Issue: 2 Linguagem: Português

10.34117/bjdv7n2-240

ISSN

2525-8761

Autores

Brauner de Souza Cavalcanti, Eduardo Cirne Pedrosa de Oliveira, Thiago Danillo Rodrigues de Almeida, Francisco Cabral de Oliveira Neto, Vinícius Gueiros Buenos Aires, Herison Franklin Viana de Oliveira, Epitácio Leite Rolim Filho,

Tópico(s)

Mosquito-borne diseases and control

Resumo

Introdução: A Síndrome do Vírus Zika Congênito (SZC) é caracterizada por principalmente anormalidades neurológicas, causadas por um neurotropismo característico do vírus. A microcefalia, um sinal definido por um perímetro cefálico inferior a dois desvios-padrão da média específica para o sexo e idade gestacional, está associada com manifestações neuromusculares, destacando-se a espasticidade muscular. A espasticidade na microcefalia é fisiopatologicamente similar a dos portadores de paralisia cerebral (PC), causando efeitos debilitantes funcionais, além de dor e diminuição na qualidade de vida desses pacientes. Neste sentido, o uso a toxina botulínica A (BTX A) tem sido utilizada e comprovada como segura e eficaz no tratamento da espasticidade nos portadores de PC. Entretanto, na literatura atual, há uma escassez de estudos que descrevem os efeitos da BTX A em crianças com microcefalia que apresentam espasticidade. Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi avaliar a resposta ao tratamento com BTX A em crianças com microcefalia menores de dois anos de idade secundaria a SZC, que apresentam espasticidade. Materiais e Métodos: Os dados de 32 pacientes com idade inferior a 2 anos, com microcefalia secundária a SZC, foram coletados e analisados antes e após a injeção de BTX A para reduzir a contração muscular da área tratada. A aplicação foi realizada por um corpo fixo de médicos ortopedistas do serviço onde foi realizada a coleta de dados. Após o tratamento, os resultados foram medidos conforme evolução clínica, angulação de mobilidade muscular e diminuição da contratilidade motora, além da melhora funcional. Os dados qualitativos relacionados a melhora da qualidade vida foram colhidos através do questionário SF-36 que foi respondido pelos responsáveis dos pacientes. Os dados coletados foram colocados em tabelas de contingencia e submetidos a análise estatística. Resultados: Os pacientes apresentaram melhora clínica estatisticamente significativa (p<0,05), com diminuição do grau de espasticidade nos músculos tratados, e da amplitude de movimento dos mesmos. Todos esses fatores tiveram impacto positivo e estatisticamente significativo (p<0,05) na qualidade de vida dos pacientes, avaliada pelo questionário SF-36. Conclusão: A aplicação de toxina botulínica diminuiu significativamente a espasticidade em crianças com microcefalia, teve repercussão positiva tanto em aspectos clínicos como na qualidade de vida dos pacientes, devendo ser considerada no manejo desses pacientes

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