
Boi de Fama: "Pessoal de bumbá", agentes do estado, jornalistas, literatos e a sociabilidade festiva nos subúrbios de Belém (décadas de 1920 e 1930)
2021; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS; Volume: 37; Issue: 73 Linguagem: Português
10.1590/0104-87752021000100007
ISSN1982-4343
AutoresAntônio Maurício Dias da Costa,
Tópico(s)Urban Development and Societal Issues
ResumoResumo Este texto aborda alianças e conflitos entre brincantes, gestores públicos, jornalistas e literatos envolvidos direta ou indiretamente com grupos de boi bumbá em Belém do Pará nas décadas de 1920 e 1930. Interações positivas ou negativas garantiam visibilidade e repercussão social (pela oposição ou pela exaltação) aos agentes do boi nas folhas jornalísticas e na produção memorialística de literatos, identificados com as manifestações culturais do que chamavam de povo suburbano de Belém. Os cordões de boi tornam-se então, à despeito de juízos condenatórios de membros das elites e da repressão policial, prática legítima de sociabilidade festiva das classes trabalhadoras dos bairros pobres de Belém diante da apreciação pública. Vinculavam-se a essas manifestações matrizes culturais negras evocadoras de temas e tipos sociais amazônicos (caboclos, índios, vaqueiros), ao mesmo tempo, constituídas como atração do mercado suburbano de entretenimento. O artigo investiga as condições da convivência conflituosa interna e externa ao "pessoal do boi", com foco nas tentativas de agentes de segurança pública de coibir a circulação dos grupos pelas ruas da cidade, bem como na proposição de intelectuais de que os bumbás compunham a tradição da cultura regional.
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