
Pesca de emalhe e conservação de recursos pesqueiros: um estudo de caso no litoral sul do Brasil
2021; Volume: 10; Linguagem: Português
10.37002/revistacepsul.vol10.1754e2021001
ISSN2177-9392
AutoresMaíra Gnoatto Afonso, Paulo de Tarso da Cunha Chaves,
Tópico(s)Marine and fisheries research
ResumoFrota de pequena escala sediada em Matinhos (PR), operante com redes de emalhe, foi monitorada em 2014/2015. As redes possuem tamanhos de malha variando de 5 a 45 cm entre nós opostos, altura de 2 a 25 m, comprimento total de 400 a 4.000 m. Quatro modalidades de uso são comuns: fundeio e caceio (passivas), cerco e caracol (ativas). Tais modalidades são empregadas em sete técnicas, reunindo combinações de petrechos, locais de operação e sazonalidade, para capturar determinados recursos. São pescarias multiespecíficas, envolvendo ao menos 34 espécies de teleósteos e 11 de elasmobrânquios (maioria capturada na modalidade fundeio e como fauna acompanhante). Tainhas, pescadas, linguados e cações estão entre os recursos-alvo. No entanto, certos recursos são alvos numa modalidade, mas fauna acompanhante noutra. Em consequência das peculiaridades das técnicas, indivíduos pequenos são vulneráveis às malhas maiores, e os maiores, às malhas menores, fatos que dificultam o manejo por tamanho. Segundo categorias IUCN, três recursos tratam-se de espécies NT; sete VU; um EN; e dois CR. A técnica de fundeio malha 10 incide sobre três deles. A malha 18 sobre nove, no inverno e/ou primavera. Embora, ao menos 41 recursos ocorram permanentemente na região, a pesca de emalhe incide mais intensamente sobre 17, indicando que o rodízio de técnicas pode refletir uma menor pressão de pesca sobre a comunidade ictíica local. Recomenda-se redução do esforço de pesca da rede com malha 18 na técnica de fundeio no final de inverno e na primavera por capturar proporcionalmente um maior número de espécies ameaçadas.
Referência(s)