Artigo Acesso aberto Produção Nacional

A autora como xamã ou o que deve a arte de Andujar aos Yanomami?

2020; Volume: 5; Issue: 2 Linguagem: Português

10.29327/229184.5.2-12

ISSN

2446-8371

Autores

João Pedro Garcez,

Tópico(s)

Language, Linguistics, Cultural Analysis

Resumo

Resumo: O texto propõe a fórmula “autora como xamã” para afirmar a presença do xamanismo ameríndio na elaboração da série fotográfica Sonhos (2002-2004) de Claudia Andujar. Para isso, dividimos a argumentação em três momentos. Na primeira parte, recuperamos os textos de Walter Benjamin e Hal Foster sobre a figura do autor - “O autor como produtor” ([1934] 2012) e “O artista como etnógrafo” ([1996] 2017) -, cotejando seus argumentos sobre o engajamento político do artista com as reflexões de Gayatri Spivak ([1985] 2010) sobre as preocupações do autor pós-colonial. Na segunda parte, analisamos as fotografias Desabamento do céu / Fim do mundo e Guerreiro de Tootobi conjuntamente à bibliografia acerca da série Sonhos, enfatizando o débito conceitual de Andujar com o xamanismo. Por fim, na terceira parte, propomos a noção de “autora-xamã” a partir de três características do xamanismo no contexto amazônico: a função tradutora do xamã; o xamanismo como potência relacionada à visão e ao conhecimento ameríndios; e o caráter relacional da política e da influência do xamã. Dessa forma, pensamos a arte de Claudia Andujar como uma arte com os Yanomami – e não uma arte sobre os Yanomami. Palavras-chave: Claudia Andujar; xamanismo; autor; Arte.

Referência(s)