Migraçao de retorno o que é isso?
1995; Issue: 22 Linguagem: Português
10.48213/travessia.i22.437
ISSN2594-7869
Autores Tópico(s)Rural Development and Agriculture
ResumoNos últimos tempos, muita expectativa tem-se criado em torno das tendências que o Censo de 1991 revelaria a propósito da mobilidade da população brasileira. Esta expectativa foi aumentada com a divulgação dos resultados preliminares do Censo, e as novidades que eles estampavam. Além do fato maior da queda vertiginosa das taxas de fecundidade e, consequentemente, da desaceleração do ritmo de crescimento da população como um todo, esses resultados apontavam na direção de uma redistribuição espacial da população. Certos indicadores surpreenderam: o saldo migratório negativo para o município de São Paulo, as evidências de uma desaceleração no crescimento das Regiões Metropolitanas (RMs), ou ainda, os sinais de uma desconcentração do processo de urbanização da população brasileira (que continua, mas num ritmo mais lento). Se esses resultados contrariam as previsões de um crescimento urbano cada vez mais concentrado, com RMs cada vez mais inchadas, por outro lado eles parecem consequentes com as características relevantes da década de 80. Achamada “ décadaperdida” assistiu ao esgotamento da Fronteira Agrícola e Amazônica em todos os seus aspectos (projetos de colonização, grandes obras, etc), à crise econômica que levou a uma recessão crônica que reduziu as possibilidades de emprego urbano e industrial (bem como as oportunidades de ascensão social para as classes de baixa renda), à modernização agrícola que reduziu o emprego rural e intensificou a tendência à concentração fundiária, etc. A confluência desses fatores, somados à percepção de uma estabilização e mesmo crescimento da população nordestina em algumas sub-regiões do Nordeste (NE), levaram muitos a se perguntarem sobre a incidência de uma migração de retorno nesse processo de redistribuição da população brasileira. [...]
Referência(s)