Papiloma Vírus Humano na gestação: os esclarecimentos sobre os meios de contaminação por meio da escolha da via de parto, preservando a autonomia da mulher
2020; Linguagem: Português
10.5327/jbg-0368-1416-2020130278
ISSN0368-1416
AutoresNayla Leala, Marcela Rodrigues Mendonça, Maria Vitoria Maluf Paula, Vitor Mateus Franco, Fernanda Luciana Calegari,
Tópico(s)T-cell and Retrovirus Studies
ResumoIntrodução: A assistência pré-natal e a escolha da via de parto são importantes como forma de prevenção e promoção ao cuidado às gestantes sujeitas à infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV). Apesar de os neonatos estarem sob menor risco de exposição ao HPV com a cesárea, sua taxa de infecção por essa via é alta, e o parto cesáreo pode não ser eficaz na proteção. Já outros estudos concluem que a transmissão vertical do vírus pode acontecer durante a gravidez ou durante o parto, porém a presença de HPV, com ou sem condiloma genital, não representa indicação absoluta de cesariana. Portanto, o parto cesariano deve ser indicado apenas em casos com condilomas extensos nos quais houver obstrução mecânica do canal de parto e/ou risco de hemorragia grave. Além disso, essas informações devem ser esclarecidas desde o pré-natal da mulher, evitando a indicação precoce da cesariana, preservando sua autonomia na escolha do parto. Objetivos: Relatar a importância do pré-natal na promoção ao cuidado às gestantes sujeitas à infecção pelo HPV, preservando sua autonomia na escolha da via de parto. Relato de Caso: Y.O., 20 anos, primigesta, 37 semanas e 3 dias, relata dor em baixo ventre, durante a consulta de pré-natal. Na inspeção estática, notou-se lesões condilomatosas em vulva e região perianal de diferentes diâmetros. Durante o toque, a paciente relatou dor extrema e notou-se condilomas no canal vaginal, porém sem obstrução. Ao conversar com a paciente sobre as lesões, ela relatou sua dúvida quanto à realização do parto natural, tão almejado por ela. G.T., médica ginecologista, orientou sobre as possíveis vias de parto, deixando claro que não havia indicação absoluta de cesárea e que seria possível a realização do parto normal, caso a paciente preferisse. Conclusão: De acordo com a literatura, não há indicação absoluta de cesárea, pois não havia obstrução completa da via de parto natural pelos condilomas do HPV. De fato, há preferência pelo parto cesariano em razão da conveniência e da praticidade oferecida aos médicos. Cabe ressaltar que o pré-natal é de extrema importância, pois propicia o partilhar de anseios vividos pelas gestantes e o esclarecimento acerca das suas escolhas, sendo um grande desafio para a nova geração de médicos e uma grande responsabilidade social semear boas reflexões, posturas e condutas éticas para que a mulher exerça sua autonomia em uma sociedade cada vez mais desprovida de profissionais conscientes e humanizados.
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