Rotura perineal pós-traumática grau 3 com resolução por perioneoplastia pela técnica de lawson tait: um relato de caso
2020; Linguagem: Português
10.5327/jbg-0368-1416-2020130244
ISSN0368-1416
AutoresAna Raquel Ferreira Borges, Juliana Gomes Longen, Rodrigo Cerqueira de Souza,
Tópico(s)Pelvic and Acetabular Injuries
ResumoIntrodução: Os traumatismos na área genital feminina, a depender de sua gravidade e dimensão, podem afetar órgãos reprodutivos, urinários, gastrointestinais, além de todo o contexto biopsicossocial da vida da paciente. Assim, ao dar ênfase aos traumas oriundos de acidentes automobilísticos, nota-se que estes podem gerar lesões que exigem do médico em atendimento a abordagem adequada ao ferimento, bem como o acolhimento da vítima para amenizar a dor, os anseios e as sequelas decorrentes da situação causadora da lesão, a fim de que seja feito um tratamento compatível com suas necessidades psíquicas e fisiológicas. Objetivo: Analisar o caso clínico de uma vítima de acidente de trânsito que sofreu rotura perineal e anal de 3º grau, com indicação cirúrgica de perineoplastia. Relato de Caso: V.A.V., 37 anos, sexo feminino, sofreu trauma de moto em colisão frontal com automóvel há 4 anos, ocasionando fratura pélvica, bem como rotura perineal e anal de 3º grau. Foi submetida à transversostomia, para implantação de bolsa de colostomia, e à cirurgia ortopédica, para colocação de fixador sacroilíaco e fixador de ramos isquiopúbicos, ambos bilateralmente. Em seguida, realizou-se biofeedback, por dois anos, programando cirurgia de Lawson Tait. Deu, então, entrada hospitalar para internação pré-operatória para a reconstrução da região genital, sem queixas. À avaliação ginecológica, o períneo apresentava-se íntegro, com uma única abertura para micção e canal vaginal. No dia seguinte, em jejum e em antibioticoprofilaxia com cefazolina, a paciente foi levada ao centro cirúrgico ginecológico e submetida à raquianestesia. Na posição de litotomia, foi feita antissepsia e assepsia local, sondagem vesical, com saída de urina clara, e conseguinte abertura da mucosa vaginal posterior até o terço superior da vagina. Com a dissecção da mucosa vaginal lateral até as bordas mediais do septo reto-vaginal e do períneo, foi feita a identificação do esfíncter externo do ânus e músculo transverso superficial do períneo. Houve, então, a aproximação das bordas do septo vaginal, reconstruindo o septo. Em seguida, realizou-se a aproximação do transverso superficial do períneo, a aproximação do bulbo cavernoso e, por fim, o fechamento da mucosa vaginal. Assim, efetuou-se a síntese da pele, com consequente avaliação da integridade dos pontos por toque retal e vaginal, bem como da diurese da paciente. E, finalmente, a hemostasia e assepsia final. No dia posterior à cirurgia, já em ingesta oral, afebril, normotensa, normocárdica, com diurese presente na cor clara, sem queixas, ausência de sinais flogísticos à inspeção e de ademais intercorrências, a paciente recebeu alta hospitalar. Conclusão: Verifica-se, portanto, a necessidade do cuidado intensivo e ampliado do médico, bem como da avaliação individualizada e criteriosa dessas lesões. É imprescindível, também, que o tratamento priorize sempre o bem-estar e a qualidade de vida da paciente, além de oferecer autonomia e independência à vítima.
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