angústia de Adão na América
2021; UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS; Volume: 23; Issue: 2 Linguagem: Português
10.5216/rth.v23i2.65405
ISSN2175-5892
AutoresMaria Bernardete Ramos Flores,
Tópico(s)Memory, Trauma, and Testimony
ResumoA viagem metafísica de Adán Buenosayres, protagonista da novela de mesmo nome, escrita pelo poeta argentino Leopoldo Marechal, provocou o encontro com Xul Solar e Ismael Nery, o primeiro, argentino e o segundo, brasileiro. A tônica do encontro fundou-se na arte marcada pela estética da angústia, de raiz cristã-adâmica-kierkegaardiana, própria da linguagem dos poetas e pintores que comunicaram o desassossego no mundo contingente, e desejaram transcender o tempo e o espaço, à busca do Paraíso perdido ou da infância da humanidade. A arte metafísica foi a linguagem estética que ajudou o artista agônico a reconectar-se com o infinito e a encontrar a essência da humanidade. O afeto agônico que irrigou a arte de Leopoldo, Xul e Ismael, alçados aqui a signos da angústia na América, é parte da ansiedade cultural que se dá no plano psíquico no quadro da civilização ocidental. Portanto, a arte metafísica de traço agônico, praticada na América, vem da mesma fonte, a fonte bíblica, que irrigou a angústia na metrópole, a Europa.
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