SUBJETIVIDADE À DERIVA EM GENI E O ZEPELIM, DE CHICO BUARQUE
2021; Mato Grosso do Sul; Volume: 14; Issue: 35 Linguagem: Português
10.30681/rln14354081
ISSN1983-8018
Autores Tópico(s)Brazilian cultural history and politics
ResumoA sociedade contemporânea expoe, como nenhuma outra, a perturbacao na tessitura dos lacos sociais e, consequentemente, a insustentabilidade dos ideais que fizeram com que o homem optasse pelo pacto civilizatorio. Cada vez mais, deparamo-nos com manifestacoes de intolerância, outrora reprimidas, rechacadas, institucional e moralmente punidas, que retornam e ganham espaco nas relacoes cotidianas, domesticando, pelo odio, a desigualdade. O capitalismo, por sua vez, como doutrina do “salve-se quem puder”, do “que venca o melhor”, “da lei do mais forte”, assume o papel de fomentador de uma logica perversa, considerada necessaria a boa manutencao da economia e das relacoes sociais, mas que, na verdade, e responsavel pela deterioracao de um dos principais componentes do mundo livre e democratico: a igualdade. Alicercados por tais pressupostos e utilizando como baldrame teorico alguns postulados sociologicos e psicanaliticos, propomos apresentar a cancao Geni e o Zepelim, uma das obras mais divulgadas e de maior sucesso da obra Opera do Malandro , um musical de 1977/1978 de Chico Buarque , como uma metafora do embate entre as vozes sociais hodiernas, com vistas a esbocar uma critica ao modelo capitalista, bem como a fetichizacao do outro em nossa sociedade, cada vez menos regida pela lei simbolica, e cada vez mais partidaria de uma perversao consentida. Para tanto, observar-se-ao os discursos presentes na cancao, a fim de direcionarmos o percurso das acoes e o modo de representacao que o eu lirico utiliza para expor os meandros dessa querela pos-moderna.
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