
Lesões musculoesqueléticas por armas de fogo em crianças e adolescentes brasileiros
2019; Thieme Medical Publishers (Germany); Volume: 54; Issue: 06 Linguagem: Português
10.1055/s-0039-1697021
ISSN1982-4378
AutoresRenato Fedatto Beraldo, Edilson Forlin,
Tópico(s)Injury Epidemiology and Prevention
ResumoResumo Objetivo Avaliar e descrever lesões musculoesqueléticas por armas de fogo em crianças e adolescentes atendidas em um pronto-socorro de grande porte. Métodos Estudo retrospectivo avaliando os prontuários de pacientes, vítimas de armas de fogo e menores de 18 anos de idade que deram entrada ao pronto socorro do nosso hospital, de janeiro de 2014 a dezembro de 2016. Um total de 51 pacientes foi excluído por não apresentar lesões musculoesqueléticas ou outras razões, enquanto 126 foram incluídos. Os dados colhidos foram: sexo; idade; via de entrada; tipo de lesão; balas alojadas e removidas; local do corpo atingido; fraturas; complicações e sequelas; lesões associadas; tempo de internamento e de UTI; cirurgias; e óbitos. Resultados Dos 177 pacientes menores de 18 anos que deram entrada no pronto socorro por ferimento por armas de fogo, 126 pacientes (71,2%) atenderam aos critérios de inclusão. Foram excluídos 51 (43 por não apresentaram lesões musculoesqueléticas). Cento e sete (84,9%) eram do sexo masculino e 19 (15,1%) do feminino. A média de idade foi 15,5 anos (limites, 2 anos + 8 meses a 17 anos + 11 meses). Setenta pacientes foram internados por tempo médio de 9,6 dias, e 21 pacientes foram hospitalizados na unidade de tratamento intensivo (UTI) por 14,7 dias em média. Um total de 37 pacientes (29,4%) foi submetido a cirurgias ortopédicas. Houve um total de 6 óbitos (4,8%). A coxa foi a principal região atingida, em um total de 43 vezes (24,7%). Seis pacientes tiveram lesões da medula espinhal, e oito pacientes tiveram lesões de nervos periféricos. Um total de 58 pacientes (46%) teve 71 fraturas, e o fêmur foi o principal osso fraturado (11 pacientes; 15,5%). Um total de 52 pacientes (41,3%) tiveram lesões associadas. Das 71 fraturas, o tratamento foi conservador em 45 (63,4%) e cirúrgico em 23 (32,4%). Três evoluíram para óbito (4,2%). Conclusão Os adolescentes e o sexo masculino são grupo de risco para lesões de armas de fogo, e as lesões são principalmente em membros inferiores. Menos da metade dos pacientes apresentaram fraturas, mas muitos apresentaram lesões complexas com potencial de graves sequelas.
Referência(s)