Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

PADRÕES CLIMATOLÓGICOS ASSOCIADOS A EVENTOS DE SECA NO LESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO

2021; Associação Brasileira de Climatologa; Volume: 28; Linguagem: Português

10.5380/rbclima.v28i0.76268

ISSN

2237-8642

Autores

Luiz Felippe Gozzo, Dóris Santos Palma, Maria de Souza Custódio, Anita Drumond,

Tópico(s)

Environmental and biological studies

Resumo

Os mecanismos de ocorrência de secas no Sudeste do Brasil são complexos, pois a região encontra-se em uma zona de transição entre os regimes atmosféricos tropical e extratropical. Este trabalho apresenta as condições climatológicas médias sazonais no início de eventos de seca na faixa leste do estado de São Paulo no período de 1901 a 2010. Estes eventos foram identificados utilizando o índice de evapotranspiração-precipitação padronizado (SPEI) calculado a partir dos dados da reanálise ERA20C. Durante o verão e o outono, os eventos de seca são associados a uma teleconexão atmosférica originada por anomalias quentes do oceano na região da Indonésia. Um padrão de bloqueio no Pacífico Sul desfavorece o avanço de perturbações de médios e altos níveis em direção à América do Sul, e o transporte de umidade das regiões tropicais em direção a São Paulo é desfavorecido pelo enfraquecimento do Jato de Baixos Níveis. No inverno, as secas se iniciam com a intensificação da Alta Subtropical sobre a costa do Sudeste por um trem de ondas barotrópico propagando-se desde o Índico, e com o aumento das temperaturas e da evapotranspiração provocados pela fase negativa da Oscilação Antártica. Nos eventos de seca da primavera, o escoamento de grande escala remete ao padrão de teleconexão da La Niña. Os índices climáticos melhor correlacionados à série temporal do SPEI na faixa leste de São Paulo são da Oscilação Antártica (outono e inverno), da oscilação do Atlântico Tropical Sul (outono e primavera), e do El Niño-Oscilação Sul (primavera).

Referência(s)