Artigo Acesso aberto

A HIPÓTESE DA GRANDE DEUSA ENTRE OS ROMÂNTICOS E ACADÊMICOS

2021; Volume: 12; Issue: 29 Linguagem: Português

10.25247/paralellus.2021.v12n29.p181-197

ISSN

2178-8162

Autores

Karina Oliveira Bezerra,

Tópico(s)

Psychology and Mental Health

Resumo

O movimento romântico exaltou o natural e o irracional, a beleza e sublimidade da natureza selvagem e da noite, e a “Grande Deusa”. Porém, a forma como o passado foi apresentado, representa mais os desejos dos modernos sobre os antigos, do que a representação do passado em si, a qual as evidências deixam mais dúvidas do que respostas. Para compreender o tear entre evidências históricas e fenomenologias sobre o tema, apresentaremos discursos oriundos do século XIX aos dias atuais, à saber: o resgate da deusa da natureza, de Apuleio, pelos românticos; a ideia dos acadêmicos no século XIX de que havia uma única grande deusa, representada e adorada como Mãe Terra; as descobertas arqueológicas de estatuetas femininas do paleolítico, neolítico, e da idade do bronze; o desenvolvimento do arquétipo da Grande Mãe na psicologia; a arqueologia de Leroi-Gourhan e a da polêmica Marija Gimbutas, que apresentou uma religião da Deusa, que se estendeu por toda a Europa, ao Oriente Próximo e à região do Mediterrâneo como um sistema ideológico coeso e persistente; e finalmente a perspectiva de Paolo Scarpi, à qual seria improvável que houvesse no neolítico uma ideia de divindade, portanto, o tema da “deusa mãe” seria um “mito” científico.

Referência(s)