
Branca de Neve, de Lídia Jorge: sobre mulheres e princesas
2021; UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE; Volume: 13; Issue: 26 Linguagem: Português
10.22409/abriluff.v13i26.48916
ISSN1984-2090
AutoresVeronica Prudente Costa, Cátia Monteiro Wankler,
Tópico(s)Psychodrama and Leishmaniasis Studies
ResumoEste artigo faz uma leitura intertextual da personagem Maria da Graça, do conto “Branca de Neve”, de Lídia Jorge, com a Branca de Neve do conto de fadas “Branca de Neve e os Sete Anões” dos Irmãos Grimm. Como suporte teórico, recorremos as relações dos contos de fadas com a psicanalise e a uma interface com os estudos de gênero. No conto clássico, a personagem principal e uma jovem, frágil, que “necessita” da proteção masculina, e injustiçada pela madrasta, mulher ciumenta e invejosa, mas forte e empoderada. Já Maria da Graça possui os dois lados do feminino dos contos de fadas: e forte, independente e ambiciosa como a “bruxa”, e inocente como a “princesa”, posto que não malda a atitude dos meninos que a seguem e, assim como Branca de Neve, ao se ver só, precisa lutar pela sobrevivência. A primeira conta com o apoio dos anões, enquanto a segunda e lesada pelos meninos, os “anões”. Em crônica de 2020, Lídia Jorge reflete sobre a importância de expor condições de desigualdade, violência e outras situações que inferiorizam as mulheres e ressalta a urgência dessa discussão, considerando que “a luta feminista e uma questão de equilíbrio para a humanidade”. O intertexto aqui abordado faz pensar nos desafios de Maria da Graça para ser bem-sucedida e que, como tantas mulheres “de carne e osso”, e independente e se estabelece com segurança num ambiente historicamente marcado pela predominância masculina. No entanto, ela não está isenta da violência, física ou simbólica, que espreita em cada canto.
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