
A PERSONIFICAÇÃO DO CONFLITO EM ELES NÃO USAM BLACK-TIE (1981), DE LEON HIRSZMAN
2021; Volume: 36; Issue: 1 Linguagem: Português
10.46311/2178-2571.36.eurj3765
ISSN2178-2571
Autores Tópico(s)Youth, Politics, and Society
ResumoO final da década de 1980 no Brasil é marcado por um período pré-democrático repleto de diversos conflitos sociais e greves de trabalhadores, temática que reverberou no cinema e no audiovisual. É necessário compreender determinadas produções desse período, como o filme Eles Não Usam BlackTie (1981), de Leon Hirszman, principalmente na relação que os personagens podem vir a estabelecer com os espectadores. O objetivo deste artigo é refletir de que forma o conflito real vivenciado pela classe trabalhadora naquela época se traspôs para os personagens no filme de Hirszman e, para isso, utiliza-se como referência as reflexões de José Carlos Avellar a partir do livro Pai país, mãe pátria. Para essa discussão, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, cujas fontes foram trabalhos científicos publicados em revistas nacionais. Na análise do filme, é possível observar que os personagens representam, de alguma maneira, questões sociopolíticas dos operários na confusa reorganização social pré-democrática brasileira em um processo de personificação do conflito, que transforma o conflito concreto em características e traços de personagens e relações entre eles. Portanto, destacase a importância de expandir os estudos sobre filmes brasileiros e a personificação de conflitos em tramas audiovisuais.
Referência(s)