Artigo Acesso aberto

A força-silêncio do estereótipo: as vozes de Um palimpsesto de putas, de Elvira Vigna

2021; Issue: 33 Linguagem: Português

10.24261/2183-816x0533

ISSN

2183-816X

Autores

Ricardo Araújo Barberena, Ana Carolina Schmidt,

Tópico(s)

Gender, Sexuality, and Education

Resumo

O presente texto detém-se na análise da obra de Elvira Vigna, Como se estivéssemos em palimpsesto de putas (2016). O processo de construção da personagem prostituta, bem como as características da narrativa que corroboram com o desenvolvimento da identidade, constituem o foco do trabalho. Estarão em pauta variados aspectos que contribuem para uma representação literária pautada no estereótipo; questões essas que envolvem o corpo feminino, a transformação em mercadoria e demais rótulos imputados as trabalhadoras sexuais, esses indivíduos pouco célebres do submundo erótico. A inserção da subjetividade na composição das personagens também será verificada, no intuito de reaver o protagonismo da prostituta — figura estigmatizada tanto na sociedade quanto na literatura — e seu reconhecimento como sujeito. Vigna habilmente apresenta uma série de estigmas para então derrubá-los com os questionamentos de uma aguçada narradora. Por intermédio do seu rol de prostitutas, ou, do seu palimpsesto de putas, ela emprega uma exposição crua e sucessiva de estereótipos, em um modelo denunciativo, que exprime para anular.

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