A mácula lusitana: as raízes portuguesas e a incivilidade do Brasil na literatura de viagem, séculos xviii e xix
2020; University of Barcelona; Issue: 9 Linguagem: Português
ISSN
2014-8534
Autores Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoEnglishBetween the 18th and 19th centuries, when the port of Rio de Janeiro became one of the most visited points in the Southern Hemisphere, and with the opening of Portuguese-Brazilian ports from 1808, and the transfer of the Portuguese Court to Brazil, many travelers left accounts of their time in Brazil. They weare soldiers, missionaries, artists, immigrants, scientists, and smugglers who, in the ow of Atlantic voyages, became rst-hand observers of an immense territory that was central in the context of the Napoleonic wars, international trade, and issues related to the slave trade. At that moment, they witness the overcoming of colonial ties in Portuguese America and the construction of the national state and the Brazilian nation. A recurring observation is the need to overcome the links with Portuguese culture, seen as an unhealthy origin that prevented the development of civilization through ignorance, superstition and the deleterious in uence of slavery. This image ended up being transferred to Brazilian histography, especially after the publication of Sergio Buarque de Holanda’s classic, Raizes do Brasil, in 1936. This article intends to review some of these images about Portuguese civilization in Brazil by British and French travelers. portuguesEntre o seculo xviii e xix, quando o porto do Rio de Janeiro se converte num dos pontos mais visitados do hemisferio sul e com a abertura dos portos luso-brasileiros a partir de 1808, com a transferencia da Corte portuguesa para o Brasil, muitos viajantes deixaram relatos de sua passagem pelo Brasil. Sao soldados, missionarios, artistas, imigrantes, cientistas, contrabandistas que no fluxo das navegacoes atlânticas se constituem como observadores de primeira mao de um imenso territorio que e central no contexto das guerras napoleonicas, do comercio internacional e nas questoes referentes ao trafico de escravos. Nesse momento eles testemunham a superacao dos vinculos coloniais da America portuguesa e a construcao do Estado nacional e da monarquia brasileira. Uma observacao recorrente e a da necessidade de superar os vinculos com a cultura portuguesa, vista como origem malsa que impede o desenvolvimento da civilizacao pela ignorância, supersticao e pela influencia deleteria da escravidao. Essa imagem acaba sendo transferida para a historiografia brasileira, sobretudo apos a publicacao do classico de Sergio Buarque de Holanda, Raizes do Brasil, em 1936. Este artigo pretende rever algumas dessas imagens sobre a civilizacao portuguesa no Brasil em viajantes britânicos e franceses.
Referência(s)