
A questão da identidade em "Metade cara, metade máscara" de Eliane Potiguara
2020; UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO; Volume: 8; Issue: 1 Linguagem: Português
10.58967/caletroscopio.v8.n1.2020.4046
ISSN2318-4574
AutoresIzabela Guimarães Guerra Leal, Marina Beatrice Ferreira Farias,
Tópico(s)Urban and sociocultural dynamics
ResumoEste trabalho se propõe a discutir a poesia de Eliane Potiguara presente no livro Metade cara, metade máscara (2018), primeiro livro publicado por uma mulher indígena de modo individualizado no Brasil. Sabe-se que a poética indígena existe e resiste na tradição oral, enraizada nas práticas de vida de inúmeros povos originários. Porém, no caso de Eliane Potiguara, seus antepassados migraram das terras tradicionais da etnia Potiguara, no atual estado da Paraíba, para o Rio de Janeiro, por conta das invasões de terra, portanto ela nasceu em um contexto social fora das terras tradicionais. Nesse sentido, o livro de Potiguara narra a história vivida pelas mulheres de sua família ao longo do processo de colonização, e também utiliza a escrita poética como forma de libertação, seja pelo expurgo da dor ou pelo resgate da espiritualidade indígena, outrora repassada pela sua avó. A questão da identidade é discutida em vários poemas, inclusive no título do livro, e é analisada nesse trabalho com base em O local da cultura (2005), de Homi K. Bhabha, cuja análise da obra de Frantz Fanon dialoga com os poemas de Eliane. Os poemas analisados neste trabalho são “O criador, a identidade e o guerreiro”, “Identidade indígena”, “Brasil”, “Mulher”, “Terra-mulher” e “Terra-cunhã”.
Referência(s)