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A RELIGIÃO COMO ESPAÇO DE LIBERDADE: SEBASTIEN CASTELLION E ÉTIENNE DE LA BOÉTIE DIANTE DO CONFLITO RELIGIOSO NA FRANÇA

2021; Volume: 1; Issue: 43 Linguagem: Português

10.13102/ideac.v1i43.7247

ISSN

2359-6384

Autores

Stefano Visentin,

Tópico(s)

American Constitutional Law and Politics

Resumo

O período das guerras religiosas na França no decorrer do Século XVI marca uma passagem decisiva para a construção de uma nova relação entre religião e política, que se tornará hegemônica no decorrer da idade moderna, e que, no entanto, nos dias de hoje, mostra os seus limites e as suas contradições. Entretanto, na França da metade do Século XVI, dois pensadores, Étienne de La Boétie e Sébastien Castellion, pertencentes a dois lados diferentes, procuram encontrar uma solução para o conflito que não passe nem pela supressão violenta da outra parte, nem pela despolitização do fenômeno religioso. Dos dois escritos feitos antes do início da guerra, A Mémoire sur la pacification des troubles, de La Boétie, e o Conseil à la France désolée, de Castellion, emerge uma concepção da religião liberta de qualquer limitação dogmática e, de outro modo, entendida como espaço de cooperação entre os homens de boa vontade. Esta tentativa de reconstruir o universalismo religioso através da potência emancipadora da linguagem e de uma prática comum permanecerá minoritária na história da primeira modernidade. Porém, é capaz de oferecer à nossa contemporaneidade um importante elemento de reflexão para uma época que está vivendo a falência do projeto liberal e o retorno ao fundamentalismo teológico-político.

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