Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Carcinoma epidermóide do pênis: considerações epidemiológicas, histopatológicas, influência viral e tratamento cirúrgico

2005; Volume: 51; Issue: 3 Linguagem: Português

10.32635/2176-9745.rbc.2005v51n3.1952

ISSN

2176-9745

Autores

Adriano Augusto Peclat de Paula, J. C. Almeida Netto, Aparecido Divino da Cruz, Ruffo Freitas‐Júnior,

Tópico(s)

Urological Disorders and Treatments

Resumo

O carcinoma epidermóide do pênis, embora raro em países desenvolvidos, está associado à alta morbidade decorrente da própria doença e/ou de seu tratamento. O perfil social, econômico e cultural dos pacientes com carcinoma peniano dificulta o diagnóstico precoce, o tratamento e o seguimento dos enfermos. Os diferentes sistemas de estadiamento e a falta de padronização de condutas clínicas contribuem para vieses na avaliação individual dos casos e resultam em dificuldades na abordagem terapêutica. Não existem estudos prospectivos, randomizados e com amostragem suficiente que permitam estabelecer a conduta mais adequada nos diversos estádios da enfermidade. Algumas dúvidas referentes ao manejo das regiões inguinais permanecem ainda sem resposta. Neste contexto, merecem maior atenção os pacientes com ausência de linfonodos inguinais suspeitos, porém com tumores profundos e de alto grau histológico, o que caracteriza risco intermediário de doença oculta. Vários pacientes são submetidos à linfadenectomia desnecessariamente, enquanto uma parcela dos casos com doença inguinal oculta é colocada em vigilância, retardando-se o tratamento. Avanços nas técnicas de imunohistoquímica e biologia molecular têm permitido identificar o papel de vírus epiteliotrópicos, como o papilomavírus humano (HPV), na etiologia e prognóstico do carcinoma peniano. Estudos multicêntricos deveriam ser realizados na tentativa de identificar as principais variáveis de prognóstico do carcinoma epidermóide peniano, possibilitando assim uma melhor abordagem clínica destes tumores.

Referência(s)