Artigo Acesso aberto Produção Nacional

O Plantão do Jornal Nacional como resposta ao silenciamento bolsonarista

2021; UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA; Volume: 3; Issue: 1 Linguagem: Português

10.14393/htp-v3n1-2021-59067

ISSN

2674-7502

Autores

Nelson Figueira Sobrinho, Dantielli Assumpção Garcia,

Tópico(s)

Media and Communication Studies

Resumo

Inserido nos estudos de análise de discurso franco-brasileira, doravante AD, este artigo tem como objetos os fatos que levaram à exibição do Plantão do Jornal Nacional em 5 de junho de 2020, para noticiar o número de casos de Covid-19 e de mortes em decorrência dessa doença, e o próprio boletim jornalístico, exibido em horário nobre após a interrupção da programação. O plantão foi uma resposta à decisão do governo federal, por meio do Ministério da Saúde, de retardar a divulgação desses números, e à declaração do presidente Jair Bolsonaro, na mesma data, de que a medida acabaria com as matérias sobre o tema veiculadas no noticiário. A análise parte da hipótese de ter havido censura – do ponto de vista da AD – à imprensa brasileira e, em especial, ao JN. Para isso, o estudo se baseia em Orlandi (2007, 1987), para verificar se teria havido uma política do silêncio; ou seja: um processo de silenciamento que limitaria os sujeitos no percurso de sentidos e atingira justamente os cidadãos mais vulneráveis. São basilares ao estudo, que tem como fim somar às pesquisas que versam sobre a cobertura da pandemia por parte da mídia, conceitos como efeitos de sentido e memória discursiva (PÊCHEUX, 2014). Ao final, conclui-se que Bolsonaro lançou mão de uma memória discursiva própria dos regimes autoritários – nesse caso, à extrema-direita –, mas sua estratégia foi suplantada por meio dos efeitos de sentido advindos do plantão jornalístico, que acabou por dar mais destaque aos dados censurados.

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