Um “Pós-Colonial” perdido nos limites do colonialismo: Henrique Galvão e Os Bichos do Mato

2020; Volume: 12; Issue: 23 Linguagem: Português

10.35520/mulemba.2020.v12n23a32190

ISSN

2176-381X

Autores

Sandra Sousa,

Tópico(s)

History of Medicine and Tropical Health

Resumo

Este artigo tem como intencao analisar como o romance Kurika (1944) de Henrique Galvao podera ser entendido como uma das primeiras obras de literatura colonial sobre Angola precursoras de um pensamento pos-colonial, materializado posteriormente no campo dos Estudos Animais (EA). Enfatizo o termo literatura colonial, pois na literatura portuguesa outros antes de Galvao ja tinham incursado na proposta de “novas maneiras de pensar as complexas e controversas relacoes entre homens e animais nao humanos” (Silva 187), como e o caso de Vitorino Nemesio em O Bicho Harmonioso e em Cavalo Encantado . Na literatura lusofona, em geral, outros nomes podem ser mencionados como produtores dos seus bestiarios literarios, tais como Miguel Torga, Herberto Helder, Clarice Lispector, Guimaraes Rosa, Aquilino Ribeiro e Mia Couto. O Kurika revela-se, no entanto, como obra literaria relativamente negligenciada pela critica, embora tivesse sido leitura obrigatoria no ensino preparatorio portugues depois da queda do regime ditatorial. E, deste modo, aqui intuito resgatar este “romance dos bichos do mato” dada a relevância que ele proporciona a compreensao de um campo de investigacao quando este ainda nao se tinha sequer formado, o dos EA, e para o entendimento de uma vertente da literatura colonial portuguesa ainda nao explorada e da complexa relacao que esta pode ter com os estudos pos-coloniais e a sua vertente dos Estudos Animais.

Referência(s)
Altmetric
PlumX