
As resistências guineenses frente às imposições do modelo educacional português: as práticas de liberdade do povo Brasa (Balanta) reveladas em seus processos formativos
2021; Volume: 3; Issue: 3 Linguagem: Português
10.46814/lajdv3n3-036
ISSN2674-9297
AutoresIsna Gabriel Sia, Anderson Luis da Paixão Café,
Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoOs portugueses, quando de sua chegada no território que hoje se denomina Guiné-Bissau, tentaram alterar os processos de socialização e de educação tradicional vigentes no país, o que provocou impactos significativos visíveis, até hoje, na sociedade guineense. Nesse sentido, o objetivo deste artigo foi apresentar as etapas de formação educacional de homens e de mulheres que constituem a sociedade Brasa, as quais correspondem a uma dentre tantas outras formas de resistências desse povo à imposição educacional portuguesa vigente no país entre os anos de 1471 a 1973 e que tentou por fim à educação tradicional dos nativos, embora essa ação não tenha surtido o efeito desejado pelos colonizadores. A metodologia usada consistiu em uma pesquisa de natureza etnográfica, exploratória e descritiva. Os resultados revelaram que a institucionalização do ensino no período colonial contribuiu, fortemente, para a mitigação da cultura dos autóctones, bem como para a padronização da cultura portuguesa em território guineense. Entretanto, diversas foram as formas de resistências do povo guineense pela manutenção de suas tradições culturais, organizacionais e sociais, cuja educação correspondia à aquisição de conhecimentos e a socialização de saberes, tendo os anciões e as anciãs como principais protagonistas do processo de ensino e de aprendizagem africano.
Referência(s)