I AM MY BODY: VIOLENCE, POETRY AND FINITUDE IN THE PLAY THE BIRDS OF THE NIGHT, BY HILDA HILST
2021; Volume: 6; Issue: 1 Linguagem: Português
10.26512/aguaviva.v6i1.38319
ISSN1678-7471
Autores Tópico(s)Cultural Studies and Interdisciplinary Research
ResumoA peça As aves da noite, de Hilda Hilst, propõe uma leitura estética sobre o que ocorreu com o padre Maximilian Kolbe em Auschwitz. O texto é atravessado por inúmeras questões ontológicas. O conjunto de personagens trancafiados para morrer no Porão da fome pensa questões como Deus, morte, liberdade, fome, degradação e etc. A violência é presença intermitente no bunker da morte e o corpo das personagens é um território de debate profícuo sobre os efeitos do cerceamento da liberdade e a dificuldade de comunicação entre os sujeitos. Neste sentido, proponho no presente ensaio um conjunto de reflexões que parte do olhar das personagens sobre o próprio corpo, o do outro, e os processos de degradação sobre eles. O corpo é uma territorialidade persistente na dramaturgia de Hilda Hilst. Entre as personagens presas no Porão da fome o corpo atua como um rizoma a irmanar todos no mesmo espaço de compreensão do fim. Violência, poesia e finitude sedimentam a ação dos condenados a morrer de fome e sede. Na trama, pensar é uma forma de resistência diante do fim iminente, no entanto, esse movimento de racionalização da “banalidade do mal” gera efeitos colaterais simbólicos entre os prisioneiros. Portanto, proponho a análise do texto buscando compreender como o corpo está inserido nas engrenagens da violência e os seus efeitos na observação mútua que os condenados fazem.
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