
Análise da hemoglobina como modelo de estudo de interação droga-proteína in vitro e in silico
2021; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 54; Issue: 1 Linguagem: Português
10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2021.172174
ISSN2176-7262
AutoresKádima Nayara Teixeira, Gabrielle Caroline Peiter, Vítor Hugo Sales da Mota, Anderson Dillmann Groto, Bianca Luiza Melo de Assis,
Tópico(s)Hemoglobin structure and function
ResumoModelo do estudo: Trata-se de um estudo experimental in vitro com abordagem computacional. Objetivo: Analisar a existência de interação entre as drogas hidrofóbicas bezafibrato e hidroclorotiazida com a hemoglobina a fim de prever alterações na biodisponibilidade das drogas, bem como na função proteica. Metodologia: Testes de interação in vitro entre a hemoglobina bovina e bezafibrato ou hidroclorotiazida foram realizados por espectrofotometria; análises dos sítios de interação e extrapolações para a hemoglobina humana foram feitas por técnicas de bioinformática. Resultados: Os testes in vitro demonstraram diminuição de absorbância (k) em 405 nm igual a 8,75 x 10-4 min-1 para o bezafibrato e 6,25 x 10-4 min--1 para a hidroclorotiazida. A diminuição sugere interação das drogas com a hemoglobina, sendo que o bezafibrato parece interagir com afinidade ligeiramente maior. As análises in silico mostraram que as drogas se ligam à porção proteica da hemoglobina. A constante de afinidade de ligação obtida por ancoragem molecular para o bezafibrato com a hemoglobina bovina (-8,3 kcal/mol) corrobora com o valor experimental de k e com o maior número de interações observadas, em relação à hidroclorotiazida (-6,6 kcal/mol). O mesmo padrão é observado para a interação do bezafibrato (-7,6 kcal/mol) e da hidroclorotiazida (-6,7 kcal/mol) com a hemoglobina humana. Conclusão: As técnicas de espectrofotometria e bioinformática utilizadas sugerem a possibilidade de interação da hemoglobina com drogas de natureza hidrofóbica, como bezafibrato e hidroclorotiazida, sendo que essa interação pode afetar a função normal da hemoglobina e alterar a farmacodinâmica e farmacocinética das drogas prejudicando sua eficiência terapêutica.
Referência(s)