
Filhos de Sara e Agar
2021; Volume: 2; Issue: 3 Linguagem: Português
10.46859/pucrio.acad.rebiblica.2596-2922.2021v2n3p88
ISSN2596-2922
Autores Tópico(s)Religious and Theological Studies
ResumoEm Gl 4, 21-31 encontra-se a intrigante expressão “Nestes fatos há uma alegoria” (v.24: ) sobre o texto do Gênesis em relação às profundas diferenças entre os filhos de Sara e de Agar. Esta unidade parece indicar que Paulo interpreta personagens e textos do AT através da “alegoria” ou “tipologia”. Em sua argumentação, através de uma operação hermenêutica arriscada, Paulo quer desmontar os argumentos dos “judaizantes” e trazer os gálatas à serenidade do “Evangelho” de Cristo, que ele lhes anunciara no início da trajetória da Comunidade. Mas esta leitura “cristã” das Escrituras do Antigo Testamento parece testemunhar algo mais profundo que uma discussão sobre as técnicas de exegese de Paulo em seu contexto, no Cristianismo primitivo. Estaria em jogo, talvez, o desenvolvimento de uma precisa cristologia apostólica que organizaria não só a argumentação paulina no contexto da “lei”, mas um inteiro sistema de interpretação das Escrituras, que pode ser denominada de “cristã”? O presente artigo, por meio do exame de questões de ordem literária, como a composição da carta, seu gênero e a exegese de conceitos básicos, como “alegoria” e mistério, procurou iluminar na unidade de Gl 4,21-31 a problemática dos primeiros passos na elaboração de uma hermenêutica judaico-cristã primitiva no âmbito da literatura paulina.
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