Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Que corpo é esse? Literatura negra surda, interseccionalidades e violências

2021; Universidade Estadual do Suodeste da Bahia; Volume: 6; Issue: 01 Linguagem: Português

10.22481/odeere.v6i01.8533

ISSN

2525-4715

Autores

Ires dos Anjos Brito, Jonatas Rodrigues Medeiros, Nanci Araújo Bento, Nayara Alamino Rodrigues,

Tópico(s)

Public Spaces through Art

Resumo

Os últimos anos foram marcados pelo crescimento notável da produção artística/poética em língua de sinais, com a presença cada vez mais efetiva de poetas slamers na cena nacional. O efeito mais direto disso é a vitrinização das interseccionalidade que atravessam as múltiplas identidades surdas, expostas tanto nas performances síncronas das apresentações nos slams, de forma presencial ou virtual, quanto na poesia.doc. A poesia Boneca Invisível utiliza elementos cinematográficos para potencializar sua narrativa e discutir os efeitos mais diretos da violência sofrida por ela (e por muitas outras mulheres surdas, confiscando a atenção do espectador, para reflexão: até quando a cultura do silenciamento imposta às mulheres surdas servirá de “banquete” para que os mais diversos tipos de violência sejam “degustados” sem o menor constrangimento? Este artigo baseia-se na análise da narrativa vídica exposta no poema, visando tencionar algumas dimensões importantes para pensarmos no lugar interseccional, encruzilha(dor), vivido por tantas mulheres, negras, surdas. Fazemos observações de cunho teórico-epistêmico, do feminismo negro em direção ao feminismo negro surdo, e também de interesse prático, que ocupa-se dos meios de produções que são acessados para a composição da poesia surda, suscitando um alargamento conceitual para abarcar textualidades corporais como produções literárias legítimas, além do reconhecimento técnico das ferramentas acionadas e dominadas pela poeta para sua produção textual literária de denúncia.

Referência(s)