
Desigualdades de classe, gênero e raça no discurso da trabalhadora doméstica diarista e da patroa de classe média: efeitos da crise do capital e a precarização do trabalho doméstico remunerado
2021; UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS; Issue: 69 Linguagem: Português
10.28998/2317-9945.2021v0n69p27-42
ISSN2317-9945
Autores Tópico(s)Social and Economic Solidarity
ResumoO trabalho domestico, no Brasil, teve seu marco historico no periodo colonial onde a atividade domestica configurava-se como uma das atribuicoes do trabalho escravo realizado pelas mulheres, em sua maioria negras. Na sociedade capitalista o trabalho domestico remunerado atual ainda se estrutura em herancas coloniais do patriarcado e do racismo. Apesar do trabalho domestico remunerado no Brasil ter sido regulamentado, a partir da lei n.150/2015, com a crise economica a informalidade deste trabalho continua a ter predominância, modificando assim as relacoes de trabalho domestico remunerado das mensalistas, afetando majoritariamente as mulheres negras. Este trabalho tem por objetivo desvelar os efeitos de sentido sobre a informalidade do trabalho domestico remunerado, na atual crise do capital, a partir da relacao de trabalho entre a trabalhadora domestica diarista e a patroa de classe media. Nossa materialidade discursiva e um recorte de uma entrevista do ano de 2015, mediada por um jornalista, que destaca acerca da informalidade do trabalho domestico remunerado e o mercado de trabalho apos a sancao da lei n.150/2015 em familias de classe media. Para analise do nosso objeto de estudo utilizamos como aporte teorico-analitico a teoria materialista da Analise de Discurso Pecheuxtiana, assim como, nos respaldamos em outros autores para discussao das variantes de classe, genero e raca. Em nossas analises foi possivel confirmar que os efeitos da crise economica permitem a precarizacao do trabalho domestico remunerado que se estruturam interseccionalmente por meio das desigualdades de classe, genero e raca podendo ter outras variantes que nao foram contempladas nesta analise.
Referência(s)