
O embrutecido, o imoral e o civilizado: Racismo científico, mestiçagem e imigração na obra de Nicolau Joaquim Moreira
2021; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Issue: 27 Linguagem: Português
10.12957/revmar.2021.57217
ISSN2359-0092
Autores Tópico(s)Race, Identity, and Education in Brazil
ResumoEste artigo analisa o pensamento racial de Nicolau Joaquim Moreira, a partir do estudo do texto Questão ethnica-anthropologica o cruzamento das raças acarreta degradação intelectual e moral do produto hybrido resultante? Apresentado à Academia Imperial de Medicina e publicado nos Annaes Brasilienses de Medicina. Também foram examinados artigos sobre zootecnia e imigração publicados pelo médico no mesmo período, para entender suas perspectivas sobre raça e mestiçagem, comparando com seus projetos para as políticas imigratórias brasileiras.A partir dos textos foi possível identificar a influência de teorias raciais que circulavam pela Europa e Estados Unidos defendidas por naturalistas e médicos como Paul Broca, Josiah Nott e Louis Agassiz. Nicolau Moreira condenava a miscigenação entre as “raças”, pois considerava o mestiço biologicamente inferior aos representantes das “raças puras”, ideias que ocupavam lugar central em seu discurso sobre imigração. Em seus escritos e discursos, mostra-se absolutamente contra a vinda de imigrantes chineses para o trabalho agrícola, alegando que a miscigenação com os asiáticos concorreria ainda mais para a degeneração do brasileiro.Através de seus escritos, percebemos como ele mobilizava as teorias raciais e concepções sobre civilização para compor suas explicações sobre temas importantes no período: o papel da mestiçagem na formação da nação, imigração e identidade nacional.
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