
Outras ilhas, outros desertos
2021; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS; Volume: 31; Issue: 2 Linguagem: Português
10.35699/2317-2096.2021.26288
ISSN2317-2096
AutoresAndré Cabral de Almeida Cardoso,
Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoO espaço desabitado desempenha um papel importante no imaginário moderno. Seu fascínio deriva do maravilhamento dos primeiros viajantes europeus a entrarem em contato com o Novo Mundo, e ele encontra uma de suas manifestações mais paradigmáticas na ilha deserta de Robinson Crusoé. Originalmente um espaço de abundância em que o indivíduo encontra uma oportunidade aparentemente ilimitada de se expandir, ele surge, no final do século XIX, como um território controlado e sombrio, de contornos distópicos. Neste artigo, discuto de que modos se dá essa virada negativa do espaço desabitado, primeiro em A ilha do Dr. Moreau (1896), de H. G. Wells, e depois no romance pós-apocalíptico A estrada (2006), de Cormac McCarthy. Desse modo, pretendo mostrar como a imagem do espaço desabitado se apresenta em diferentes momentos da modernidade e como ela está ligada à maneira como pensamos nossa posição no mundo.
Referência(s)