Análise dos fatores de risco associados à toxoplasmose e a importância da prevenção dessa zoonose no período gestacional / Analysis of risk factors associated with toxoplasmosis and the importance of preventing this zoonosis during pregnancy
2021; Brazilian Journal of Development; Volume: 4; Issue: 4 Linguagem: Português
10.34119/bjhrv4n4-281
ISSN2595-6825
AutoresNathalia Regina Gniech, Ana Laísa Gniech, Ana Cristina Felipe Parreira, Fernanda Maurer D’Agostini,
Tópico(s)Toxoplasma gondii Research Studies
ResumoIntrodução: A toxoplasmose é uma zoonose parasitária de alta prevalência mundial, provocada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Estudos apontam os agravos resultantes da soroconversão em gestantes, intensificados pelos desafios diagnósticos, devendo-se à demanda de uma combinação complexa de exames diagnósticos, à assintomatologia em grande parte das gestantes e às notificações ficarem restritas aos centros de referência, que comprometem o tratamento precoce. Objetivo: Apresentar os fatores de risco da infecção aguda por toxoplasmose, ressaltando a relevância da prevenção durante o período gestacional. Material e métodos: Realizou-se uma revisão bibliográfica nas bases de dados SCIELO, Google Academic e PubMed com os termos “toxoplasmose”, “gravidez” e “prevenção”, em inglês, português e espanhol, no período de 2007 a 2020. Dos resultados gerados, houve 21 artigos pré-selecionados para leitura, dos quais 13 foram utilizados para esta revisão. Resultados: A toxoplasmose está associada a diversos fatores de risco relacionados à escassa divulgação profilática, somada aos hábitos de vida da população, como consumo de água sem tratamento e de carnes cruas ou malcozidas, contato com gatos, cães de rua e solos contaminados. Além disso, a priminfecção em gestantes é preocupante, principalmente, devido à transmissão transplacentária, que apresenta maior probabilidade de ocorrer nas últimas semanas da gravidez, ainda que, para o feto, os sinais e sintomas são mais graves quando contraída no início da gestação, sendo corioretinite, calcificações intracranianas e hidrocefalia as lesões mais recorrentes, além de retardo mental, convulsões, microcefalia e hepatomegalia. Constatada a patologia, a literatura discorre sobre a dificuldade diagnóstica, pois a infecção costuma ser assintomática para a mãe, fomentando a necessidade do rastreamento sorológico trimestral para detectar a soroconversão. Nessa perspectiva, o tratamento precoce é crucial para reduzir as chances de alterações fetais. Estudos indicam que os fármacos mais utilizados para o tratamento são a espiramicina, empregada na tentativa de impedir a penetração do parasita pela barreira placentária, e a combinação medicamentosa de sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico nas gestantes com mais de 18 semanas. Em função da necessidade de estudos mais abrangentes quanto à eficácia das drogas supracitadas, ressalta-se a importância da prevenção por meio de medidas que diminuam ao máximo o risco de infecção, fazendo o acompanhamento pré-natal e investigação das pacientes sororeativas para Toxoplasma gondii. Ademais, a educação acerca dos comportamentos profiláticos é essencial, evitando ingerir alimentos contaminados, ter contato com gatos e manipular terra ou areia. Por fim, vale destacar a pertinência da implementação de um programa de prevenção primária para toxoplasmose, capacitando os profissionais de forma que sejam capazes de orientar corretamente as gestantes sobre maneiras de prevenção à patologia. Conclusão: Com isso, salienta-se que o combate aos fatores de risco é imprescindível no manejo adequado da toxoplasmose, minimizando a contaminação materno-fetal. Denota-se ainda, a importância do diagnóstico precoce, já que muitas grávidas não apresentam sintomas relacionados à patologia e, sobretudo, das medidas profiláticas para definir a tendência epidemiológica da doença, controlando-a melhor. Por fim, cabe trazer à atenção a necessidade de ampliar o sistema de notificação à nível nacional, a fim de monitorar adequadamente o avanço da toxoplasmose gestacional.
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