
Devastação Ambiental e Riscos à Saúde: O doloroso Legado do Garimpo de Ouro a Agricultores Familiares da Amazônia Mato-Grossense
2021; UNIVERSIDADE EVANGÉLICA DE GOIÁS; Volume: 10; Issue: 2 Linguagem: Português
10.21664/2238-8869.2021v10i2.p66-80
ISSN2238-8869
AutoresPatricia Pereira da Rosa, Marla Weihs,
Tópico(s)Healthcare and Environmental Waste Management
ResumoA reemergência dos garimpos artesanais de ouro na Amazônia brasileira tem gerado uma série de inquietações. Afinal, quem arca com os custos da devastação ambiental e dos riscos à saúde gerados pela atividade? Este estudo objetivou analisar o custo socioambiental de um antigo garimpo de ouro a agricultores familiares da área da Pista do Cabeça, município de Alta Floresta – MT. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, cuja análise se baseia em percepções e memórias de 15 agricultores familiares, coletadas por meio de entrevistas semiestruturadas. O garimpo deixou um rastro de escavações, fragmentos de terras inférteis e margens de rios e igarapés devastadas. O solo e a vida aquática ainda podem estar contaminados com mercúrio inorgânico e metilmercúrio. Os agricultores especulam que estejam convivendo com certas sequelas geradas pela intensa e longínqua exposição ao mercúrio, bem como ao “pó de garimpo” (dióxido de silício), gerado pela detonação de rochas. As restrições de acesso da população local a serviços médicos especializados, bem como a escassez de estudos ecossistêmicos, limitam o conhecimento da relação entre a atual prevalência de doenças crônicas e os métodos de exploração de ouro, usados na região.
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