Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Estética de Glauber Rocha e as interfaces com o cinema documentário

2021; UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ; Volume: 15; Issue: 2 Linguagem: Português

10.48075/rt.v15i2.27757

ISSN

1982-5935

Autores

Rosselane Liz Giordani,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Este estudo pretende refletir sobre alguns aspectos da estética cinematográfica de Glauber Rocha, olhando especificamente para as confluências que se estabelecem com a estética do cinema documentário. A intenção é problematizar como Glauber Rocha se apropria da linguagem documental para compor sua estética do real e materializar seu projeto poético e político em um tempo histórico e cultural que ficou conhecido pela efervescência da produção de uma arte de viés e tom extremamente político que buscava desvelar a realidade do povo brasileiro e sua identidade frente ao colonialismo cultural norte-americano. O pensamento do intelectual e cineasta baiano está impregnado justamente do espírito dessa época em que a produção da arte contemporânea passa por uma profunda mudança tanto no Brasil como na Europa, onde os artistas redefiniram suas estéticas entrelaçando-as com causas políticas e por sua vez empenhados em colocar a arte a serviço da mudança social. A estética do real que ‘soprava ventos’ nas vanguardas europeias reverberava no Brasil nos anos de 1960, sendo remodulada pela ótica glauberiana, introduzindo o povo brasileiro e suas realidades no novo cinema brasileiro. A estreita relação, e porque não dizer uma relação visceral, entre Cinema Novo e a busca por uma estética do real nos leva a refletir de que modo a diluição das fronteiras entre o cinema ficcional e o documentário reverberou e influenciou a composição da linguagem do Cinema Novo no Brasil. Para as reflexões tomamos como referência Nicholls (2005), Penafria (1999), Xavier (2001) e Simonard (2003).

Referência(s)