Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Poesia ao grau de brinquedo: Uma leitura de Manoel de Barros

2021; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA; Volume: 2; Issue: 30 Linguagem: Português

10.5007/2176-8552.2020.e72333

ISSN

2176-8552

Autores

Rafaela Moreira Rodrigues,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Este artigo propõe uma leitura crítica da poesia de Manoel de Barros - com ênfase nos poemas presentes no livro Memórias Inventadas. As Infâncias de Manoel de Barros -, tendo em vista a preocupação com o exercício poético presente na obra. Na verdade, verifica-se a existência de um jogo dinâmico caracterizado por uma poesia que se quer reflexiva ao passo que evoca a materialidade feita “brinquedo”. As metapoesias, frequentes nessa obra, deixam claro que o desejo do poeta é alcançar algo que é anterior à palavra e, portanto, pretende situar-se no princípio do que se pode dizer, por isso, é recorrente o uso de referências como a criança, os pássaros e/ ou os andarilhos. Essa situação primitiva/primordial parece ser a fronteira entre perceber o mundo e as coisas e conceituá-los. Isto é, entre a percepção sensorial e a organização do sentido dessas coisas em linguagem, acontece uma “travessia”, um deslocamento de uma condição para outra. Diante disso, foi possível indagar de que maneira a poesia se realiza como brinquedo e arte de brincar pelo “trans-uso” da linguagem, ou seja, pensar as relações entre brinquedo e poesia observando a possibilidade de serem instrumentos que viabilizam o deslocamento entre significantes e significados.

Referência(s)