Artigo Produção Nacional Revisado por pares

“O capitão do mato não conta a história como ela foi” – reflexões sobre terapia ocupacional e cultura a partir da trajetória dos Ternos de Congada/ “The capitão do mato does not tell the history how it was” – reflections about occupational therapy and culture from the trajectory of Ternos de Congada

2021; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS; Volume: 29; Linguagem: Português

ISSN

2526-8910

Autores

Amanda Queiroz de Souza, Heliana Castro Alves, Paula Tatiana Cardoso,

Tópico(s)

Occupational Therapy Practice and Research

Resumo

Introducao: A terapia ocupacional, sob uma perspectiva critica decolonial, problematiza suas acoes na articulacao entre justica social e direitos humanos visando a democratizacao do acesso a producao cultural e valorizacao dos saberes, conhecimentos e praticas de grupos sociais historicamente excluidos. Propos-se acompanhar a congada, uma manifestacao artistico-cultural afro-brasileira presente na regiao Sudeste. Objetivo: Refletir sobre a atuacao da terapia ocupacional no campo da cultura com base na descricao da trajetoria e nas demandas politicas e sociais dos Ternos de Congada. Metodo: Estudo de abordagem qualitativa, com a utilizacao do metodo de historias de vida. A coleta de dados consistiu na realizacao de entrevistas individuais registradas em audio e observacao direta dos eventos comemorativos. Resultados: A analise de dados gerou duas categorias: 1- “Cotidiano dos Ternos de Congada ontem e hoje: memorias e trajetorias”, que descreve o cotidiano e a trajetoria dos Ternos de Congada, por meio das memorias afetivas dos participantes da pesquisa; e 2- “Institucionalidades e colonialidade na marginalizacao da cultura popular: conquistas e demandas dos grupos de congada”, abrangendo as relacoes dos grupos de Terno de Congada com o poder publico local. Conclusao: O fazer etico-politico da profissao, ao abarcar producoes artistico-culturais forjadas no bojo do colonialismo, deve adotar uma nova postura epistemica que ofereca centralidade as narrativas subalternas. Essa perspectiva abrange a compreensao de que a praxis cultural de grupos e comunidades tradicionais marginalizadas ganha contornos politicos e de identidade e memoria historica que devem ser contemplados na producao de conhecimentos e de praticas em terapia ocupacional.

Referência(s)