Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Reflexões sobre a coleta do quesito raça/cor na Atenção Básica (SUS) no Sul do Brasil

2021; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 30; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/s0104-12902021200414

ISSN

1984-0470

Autores

Raquel da Silva Silveira, Ricardo Alexandre Rosa, Giorgia Fogaça Santos, Lisiane Santos, Henrique Caetano Nardi, Míriam Cristiane Alves, Fernanda Souza de Bairros,

Tópico(s)

Religion and Society in Latin America

Resumo

Resumo Este artigo analisa a forma e os efeitos da coleta do quesito raça/cor na pesquisa “Racismo, relações de saber-poder e sofrimento psíquico”. A pesquisa foi realizada em uma parceria entre as Universidades Federais do Rio Grande do Sul e de Pelotas e as Secretarias Municipais de Saúde de Porto Alegre e de Pelotas, com foco na Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de uma pesquisa elaborada em conjunto com profissionais da rede. O referencial teórico-metodológico se sustenta na psicologia social e na pesquisa-intervenção. Foram entrevistados(as) 580 usuários(as) e realizados 11 grupos focais com usuários(as) e profissionais da saúde. Os resultados apontam que 53% dos(as) usuários(as) entrevistados(as) se autodeclararam negros(as), corroborando outros estudos que demonstram que os(as) usuários(as) do SUS são majoritariamente negros(as). Na análise dos grupos focais, identificamos três aspectos principais: (1) existe a dificuldade em perguntar/responder a autodeclaração racial; (2) o racismo se expressa na coleta do quesito raça/cor; (3) os(as) profissionais de saúde têm dificuldade em reconhecer a utilidade do quesito raça/cor. Assim, é preciso fortalecer as práticas de educação continuada sobre as relações entre racismo e saúde.

Referência(s)