
escrita movediça de Paulo Leminski em Catatau
2021; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS; Volume: 30; Issue: 3 Linguagem: Português
10.17851/2358-9787.30.3.129-147
ISSN2358-9787
AutoresKeyla Freires da Silva, Martine Kunz,
Tópico(s)Linguistics and Language Studies
ResumoEm Catatau (1975), obra subintitulada pelo próprio autor como “romance-ideia”, Paulo Leminski vive a aventura da própria escrita e cria seu texto a partir da permeabilidade das palavras, das línguas, dos tempos e dos espaços, mostrando o escritor como locutor e o leitor como ouvinte de suas palavras-ímãs. Nesse sentido, o objetivo deste artigo consiste em verificar como esse percurso da escrita leminskiana em Catatau conflui para construção de uma escrita movediça, culminando numa reflexão acerca do fazer literário, traço recorrente na obra do autor. Destaca-se, então, o tecer da escrita de Catatau mediante o entrelaçar constante de aliterações, jogos tipográficos, parônimos, justaposições, trava- línguas, num ritmo próprio, como um turbilhão de linguagem. Para que se possa circular nesse redemoinho, buscou-se comparar a escrita do “romance-ideia” com alguns de seus textos poéticos e dialogar com ideias de Jacques Derrida (1973), Gilles Deleuze (1997), Anne-Marie Christin (2006), Márcia Arbex (2006), Arnaldo Antunes (2005) e Jorge Luis Borges (2011). Percebe-se que a escrita de Paulo Leminski está sempre no percalço da palavra, seguindo seus rastros, seja por meio do som ou da imagem. Em Catatau, a escrita é como um laboratório em que a linguagem é experimentada nos níveis sonoro, sintático e imagético sempre em busca de uma explosão de sentidos surpreendentes.
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