Estética ou algo mais? O neofolk como veículo de divulgação de ideário de extrema-direita
2021; Issue: Au21 Linguagem: Português
10.15847/cct.23224
ISSN2182-3030
Autores Tópico(s)Music History and Culture
ResumoA musica popular tem sido utilizada como meio para a mobilizacao politica. Sao disso exemplo o folk americano, a chanson francaise ou a musica de intervencao portuguesa dos anos 1960 e 1970 e as suas mensagens anti-guerra. O punk, hip-hop, rap ou Riot Grrrls, em decadas mais recentes, procuram tambem despertar consciencias para questoes raciais, de desigualdade de genero ou de opressao patriarcal. Menos atencao tem sido dada a utilizacao da musica pela extrema-direita como forma de promocao das suas ideias. O Neofolk tem sido apontado como um dos meios para divulgar ideologia desta indole, devendo-se muita dessa associacao a estetica usada por algumas bandas. O presente artigo visa clarificar se o recurso a simbologia e indumentaria nazifascista por parte destes grupos e apenas uma questao estetica ou algo mais. Com base na analise documental e metodologia netnografica analisam-se entrevistas, videos de atuacoes ao vivo, musicas e albuns de algumas das bandas que mais vezes sao acusadas de procurarem esconder uma agenda politica por detras dos seus projetos musicais. Da-se especial atencao as caixas de comentarios relativos aos videos analisados, no sentido de perceber qual a percecao dos fas perante a estetica utilizada. A analise permite concluir que se verifica um certo pânico moral em torno das ligacoes do Neofolk a extrema-direita, embora seja possivel concluir que alguns dos projetos analisados tendem, de facto, a fazer com que os fas percecionem que se estao a defender ideias fascistas, como sucede no caso do marcial industrial, um dos subgrupos do industrial.
Referência(s)