Artigo Revisado por pares

A escritora e o exegeta: o conúbio sagrado em Osman Lins

2021; UNIVERSIDADE EST.PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO; Volume: 13; Issue: 1 Linguagem: Português

ISSN

2177-3807

Autores

Ana Cecília Água de Melo,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

RESUMO: Este artigo pretende discutir A rainha dos carceres da Grecia, de 1976, a ultima obra de ficcao publicada pelo escritor pernambucano Osman Lins. Concebido na forma de diario, em que, a maneira borgiana, um professor de meia-idade se dedica a dissecar os manuscritos ineditos (um romance, a que faz referencia o titulo A rainha […]) de sua amante ja falecida, o livro pode ser tomado como uma especie de ponto privilegiado de observacao de algumas das ideias de Osman sobre o oficio de escrever e a obra literaria. A romancista e seu exegeta comporiam, fundidos, um retrato possivel do escritor no contexto brasileiro da decada de 1970. Uma obra contemporânea de Clarice Lispector, A hora da estrela (1978), e um manifesto de Joao Antonio, “Corpo a corpo com a vida” (1987), ajudam a iluminar esse retrato. ABSTRACT: This article aims to discuss A rainha dos carceres da Grecia (1976), Osman Lins’s last work of fiction. Written as a journal, in Jorge Luis Borges style, in which a middle-aged teacher tries to analyse his deceased lover’s manuscript (in fact, a novel entitled A rainha dos carceres da Grecia), the book can provide a great vantage point on some of Osman’s conceptions about the craft of fiction and the literary work. The woman novelist and her exegete form, together, a portrait of the writer in the Brazilian context of the seventies. A contemporary work by Clarice Lispector, A hora da estrela (1978), and a manifest by Joao Antonio, “Corpo a corpo com a vida” (1987), help to illuminate such a portrait.

Referência(s)