Cadernos de Lanzarote e As pequenas memórias: José Saramago e as interações entre diário e memória

2020; Volume: 17; Issue: 2 Linguagem: Português

10.35520/metamorfoses.2021.v17n2a47301

ISSN

0875-019X

Autores

Margarete Santos,

Tópico(s)

History, Culture, and Society

Resumo

Neste artigo apresenta-se uma reflexao retomando aspectos pertinentes a escrita autobiografica nos Cadernos de Lanzarote de Jose Saramago, correspondentes ao periodo de 1993 ate 1997, conectando elementos memorialisticos prenunciadores de sua obra As pequenas memorias , publicada em 2006. No caso, os registros cotidianos que caracterizam o modelo dos diarios sao marcados por elementos de subjetividade quando, em muitos momentos, o autor recorda sua infância e sua relacao com a familia refletindo sobre o presente e revelando a pretensao de converter suas lembrancas em uma obra de base memorialistica. Dessa forma, constroi-se uma relacao entre a escrita de si nos diarios e suas conexoes literarias guiadas pelo espaco da memoria integrando passado (sua infância e origem familiar), presente (os relatos cotidianos dos diarios) e futuro (a inspiracao para as memorias) que se justificam nas proprias reiteracoes feitas pelo autor nos diarios. Assim, os Cadernos apresentam marcas subjetivadas extrapolando a condicao meramente autobiografica ao configurar uma narrativa sublimada por suas recordacoes. Nesse intuito, a investigacao traz um breve paralelo entre a escrita de si e o espaco da memoria como condicao de criacao literaria ao interligar os Cadernos de Lanzarote e As pequenas memorias .

Referência(s)