Retirada de dispositivo intrauterino de cobre após perfuração uterina: relato de caso

2021; Linguagem: Português

10.5327/jbg-0368-1416-20211311080

ISSN

0368-1416

Autores

Suellen Casotti Scoqui, Mariana de Castro, Brenda Rios Ribeiro, Tereza Maria Pereira Fontes, Roberto Luiz Carvalhosa dos Santos, Fernando Moreira Dornellas Rodrigues,

Tópico(s)

Maternal and Perinatal Health Interventions

Resumo

Introdução: A perfuração uterina, apesar de rara - ocorre em 0,01% dos casos - é uma das principais complicações relacionadas à inserção do dispositivo intrauterino (DIU), que, ao migrar para a cavidade abdominal, pode comprometer vários órgãos vizinhos, como bexiga, intestino delgado, reto sigmoide e apêndice vermiforme. Descrição do caso: Paciente M.R.C., 33 anos, sexo feminino, casada, GIPI (parto normal), sem comorbidades, foi atendida no serviço de ginecologia proveniente da atenção primária por diagnóstico de DIU de cobre extracavitário. A paciente relata que há um mês inseriu o DIU de cobre, apresentando cólicas, e ao retornar à consulta foi identificada ausência de fio do DIU visível. Solicitou-se ultrassonografia transvaginal, que foi realizada 22 dias após a inserção. Foi identificado DIU extracavitário adjacente à parede posterior lateral do corpo uterino à direita. Requisitaram-se exames pré-operatórios e indicou-se a laparotomia exploratória, que identificou presença de DIU na região retrouterina sob a serosa do útero, promovendo uma confluência aderencial entre sigmoide, parede posterior do útero e anexo direito. Identificou-se a ponta das extremidades superiores do DIU, que foi retirado por tração, e não houve lesão intestinal. Realizou-se lavagem da cavidade. Paciente evoluiu bem no pós-operatório e recebeu alta. Conclusão: A perfuração uterina pode acontecer no momento da inserção do DIU ou posteriormente. A sintomatologia pode ser diversificada, dependendo do local em que ele se instalar. O DIU se mantém como um método altamente eficaz e seguro, com baixa taxa de falha e complicações, e é muito bem tolerado pela maioriadas pacientes.

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