Artigo Acesso aberto

A prática cartonera, uma expressão do comum

2021; Linguagem: Português

10.5151/cidicongic2021-068-355368-cidi-sociedade.pdf

ISSN

2318-6968

Autores

Carolina Noury,

Tópico(s)

Memory, Trauma, and Testimony

Resumo

O livro cartonero é um artefato de resistência ao modelo colonialista capitalista produzido a partir do papelão, material descartado no lixo e reintegrado no ciclo produtivo por meio do trabalho dos catadores de material reciclado. Neste artigo buscaremos apresentar o contexto político e econômico que propiciou o surgimento da primeira cartonera, Eloísa Cartonera, na Argentina, e a disseminação dessa prática pelo mundo, sobretudo na América Latina, entre elas o coletivo Dulcinéia Catadora. Localizado na cidade de São Paulo, dentro de uma pequena sala de uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis, é nesse espaço que o coletivo encontra a força capaz de gerar outros modos de vida. O livro cartonero pode ser compreendido como uma prática revolucionária vinculada à ideia do comum na medida em que rompe com a lógica de produção capitalista neoliberal e coloca o catador e o lixo no centro de sua produção. Uma produção coletiva que privilegia o fazer-comum reunindo uma multiplicidade de atores que valoriza a criação de laços e afetos gerando formas responsivas de conviver mostrando a possibilidade de outras formas de habitar o mundo.

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