A malária durante a gravidez
2021; Linguagem: Português
10.5327/jbg-0368-1416-20211311104
ISSN0368-1416
AutoresDavi Rogienfisz Mendes, Raíssa Maria Duarte Moreira, Ana Luiza Vargas Espadim,
Tópico(s)Iron Metabolism and Disorders
ResumoIntrodução: A malária é uma doença febril infectoparasitária causada pelo protozoário do gênero Plasmodium. Sabe-se, atualmente, que em regiões em que a malária é endêmica, a sua infecção em mulheres grávidas tende a ser a principal causa de mortalidade materna e anemia, além de ser responsável por outras complicações da gravidez, tais como aborto espontâneo, nascimento prematuro, baixo peso da criança ao nascer e mortalidade neonatal. Objetivo: Este trabalho objetiva revisar os dados e informações disponíveis sobre a infecção por malária na gravidez e compreender seus principais efeitos. Métodos: Para a realização deste artigo, foram utilizadas as bases de dados PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e UpToDate, utilizando os descritores “malária” e “pregnancy”. Foram selecionados artigos nas línguas inglesa e portuguesa. Resultados e conclusão: Em primeiro lugar, cabe ressaltar que as manifestações da malária em mulheres grávidas e seu feto estão intrinsecamente relacionadas com a endemicidade dessa doença na região. Observou-se, nesse sentido, que mulheres que moram em regiões com maior risco de transmissão tendem a apresentar a forma assintomática da doença, contudo apresentam maiores riscos de desenvolver anemia e, consequentemente, dar à luz de crianças com baixo peso. Já naquelas que moram em regiões com baixo risco de transmissão ou que viajaram recentemente para regiões endêmicas, a infecção tende a se apresentar de forma sintomática e mais grave. Ademais, notou-se que a placenta é um lugar ideal para a multiplicação do parasita causador da malária, sendo possível a presença dele nessa região mesmo com a sua ausência na circulação periférica. Tal fato foi contemplado em um estudo com 415 pacientes na Tanzânia, no qual, com base em uma análise histológica, demonstrou-se a presença do Plasmodium na placenta, com ausência de parasitemia em 46% dos casos. Além disso, estudos indicam que 60% das mulheres grávidas com malária apresentam anemia. Nesse contexto, o risco aumentado da anemia, somado a alterações na circulação, é fator relacionado com a deficiência de nutrientes para o feto, o que acaba contribuindo para o baixo peso ao nascimento e a mortalidade infantil, tanto por prematuridade quanto por retardo no crescimento intrauterino. Por fim, estudos indicaram que, quando comparadas às mulheres não grávidas, as grávidas tendem a ter a forma mais grave da doença, incluindo um maior risco de hipoglicemia e complicações respiratórias como edema pulmonar. Dessa forma, conclui-se que a gravidez torna as mulheres mais suscetíveis à infecção por malária, o que torna a exacerbação dos sintomas e complicações mais comum.
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