Cadernos de Lanzarote: a escrita dos diários como aprendizado do exílio
2020; Volume: 17; Issue: 2 Linguagem: Português
10.35520/metamorfoses.2021.v17n2a47302
ISSN0875-019X
AutoresMarcelo Brito da Silva, Vinícius Carvalho Pereira,
Tópico(s)Travel Writing and Literature
ResumoO presente artigo analisa os diarios de Jose Saramago, intitulados Cadernos de Lanzarote, como documentos de aprendizado do exilio, mantidos durante os anos em que o escritor se exilou voluntariamente na ilha espanhola que da nome a obra, motivado pela magoa contra o governo portugues, o qual havia proibido o romance O evangelho segundo Jesus Cristo de concorrer ao Premio Literario Europeu. Adota como referencial teorico o pensamento de Edward Said (2003; 2005) sobre o tema do exilio, e de Philippe Lejeune (2014), Beatrice Didier (1991) e Rodrigo Xavier (2013) sobre o diario como genero. O artigo mapeia excertos dos Cadernos de Lanzarote que revelam de modo mais evidente o sentimento de exilio, assinalando que, no caso de Saramago, a saida de Portugal foi um ato de liberdade e que os diarios representam um exercicio de reconstrucao da vida longe da patria. Suas paginas contem criticas do escritor ao seu pais, mas tambem afirmacoes de apreco e forte ligacao a Portugal. Tambem corroboram a leitura dos Cadernos como escrita do exilio os trechos nos quais Saramago reflete sobre sua nova relacao com Lanzarote, em expressoes de gratidao e admiracao.
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