Diagnóstico clínico e ultrassonográfico de uma gestação ectópica abdominal: relato de caso

2021; Linguagem: Português

10.5327/jbg-0368-1416-20211311144

ISSN

0368-1416

Autores

Thyene de Vilhena, Kamilla Fernanda Babilônia Corrêa, Alba Larissa dos Santos Esperidiao, Isabela Furtado Guiotti, Sabrina Carpanez Veiga,

Tópico(s)

Maternal and fetal healthcare

Resumo

Introdução: Uma gravidez extrauterina é denominada de ectópica. A gestação ectópica abdominal caracteriza-se por uma implantação na cavidade peritoneal. É um evento raro, com incidência de 1,4% das gestações ectópicas e um a cada 10 mil nascimentos. Seus fatores de risco são dano tubário prévio, doença inflamatória pélvica, endometriose, reprodução assistida e multiparidade. A sua compreensão é de grande importância, visto que ela é a principal causa de mortalidade materna no primeiro trimestre, responsável por 4-10% de todas as mortes relacionadas à gravidez. Relato de caso: E.A.L., 36 anos, G2P0E1, com idade gestacional (IG) de nove semanas e seis dias pela data da última menstruação, foi atendida em pronto atendimento no dia 8 de abril de 2021 com queixa de dor em fossa ilíaca esquerda, sem sangramento ou outro sintoma. Relatava passado de gestação ectópica, dois anos antes, de localização em tuba uterina esquerda, quando foi submetida a salpingectomia à esquerda. Em seu primeiro ultrassom, com IG de cinco semanas, não foram revelados sinais de gestação intrauterina. Ao exame físico, a paciente apresentava dor discreta à palpação abdominal de fossa ilíaca esquerda e toque vaginal bimanual não doloroso. Apesar do exame, no momento, não ser rico para gestação ectópica e a dor se localizar no mesmo local da gestação ectópica anterior, optou-se por solicitar um ultrassom endovaginal por causa dos fatores de risco e da não visualização de saco gestacional com IG de cinco semanas. A ultrassonografia mostrou a presença de saco gestacional em hipocôndrio esquerdo, medindo 28,5 mm e contendo embrião de 24,7 mm, com batimentos cardíacos presentes e pequena quantidade de líquido livre na pelve. A paciente manifestou o desejo de procurar outro serviço apesar das orientações dos riscos do deslocamento e da evasão. Foi submetida a laparotomia em 9 de abril de 2021, em outro hospital. Conclusão: Em razão da localização variável no abdômen, a gravidez abdominal está associada a uma ampla gama de sinais e sintomas. Assim, um alto índice de suspeita, considerando-se os fatores de risco de cada paciente, é importante para se fazer o diagnóstico. A clínica de uma gestação ectópica abdominal nem sempre é clássica. O sangramento vaginal, por exemplo, é menos frequente, mas em alguns casos também pode estar presente. Percebe-se que uma avaliação global da paciente se faz necessária. As gravidezes abdominais na maioria dos casos são interrompidas, pois o potencial de parto de um bebê saudável é baixo e o risco de complicações maternas é alto. Diante disso, o diagnóstico precoce reduz complicações e permite o sucesso terapêutico.

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